Primavera é sinal de morangos

Nota-se que a Primavera veio para ficar. Mesmo que os dias cinzentos voltem, que a chuva faça das suas ou que as temperaturas ainda estejam incertas, já nada abafa o verde espalhado pelos campos e os salpicos de cores que se formam nos jardins. A vida renasceu. E, felizmente este ano, tenho sentido este brotar de vida com outra intensidade. Desde que me mudei para o campo em meados de Fevereiro, que sabe bem acordar abrir a janela, sentir a aragem, os cheiros a terra, a quente, a erva orvalhada, a pólen, a vento, a chuva, a sol, a frenesim agrícola e a existência. Foi maravilhoso assistir à transformação da mãe da natureza.

Quando cheguei à casa nova as árvores em redor apresentavam-se despidas sob o efeito do Inverno. Mas rapidamente ganharam botõezinhos verdes e em semanas estavam cobertas de folhas e flores. Dentro em breve serei presenteada pelos seus frutos, ou não estivéssemos a falar de uma época tão abundante, de tanta diversidade. O meu vizinho que me desculpe, mas terei que me saciar com os abrunhos que brotam do seu terreno e me entram janela da sala de jantar a dentro.






À volta dos campos agrícolas outrora desnudados, há um frenesim encantador. Os tractores desenham sulcos na terra, enquanto as pessoas lançam às profundezas as sementes da vida e da subsistência. Confesso, que acordar às seis e meia da manhã embalada pelos sons rurais não é muito confortável. Todavia, mil vezes os mais de trinta mil (vá estou a exagerar, devem ser uns três) galos a cacarejar incessantemente às quatro da manhã do que o barulho da recolha do lixo às cinco da manhã, o barulho dos bêbados a sair dos cafés às duas da manhã, o barulho das vizinhas do prédio engalfinhadas all night long ou o barulho da máquina de arrefecimento dos servidores dos vizinhos de baixo. De certeza que há imensa gente que não irá concordar comigo, mas para mim os barulhos naturais são bastante mais suportáveis que os barulhos humano-citadinos. Parece que o corpo consegue entender melhor o ciclo do dia /noite.






Contudo sobre as benesses de morar no campo falarei noutro post. O que me interessa ressalvar é que estou cada vez mais apaixonada pela Primavera. Sinto a necessidade de deitar mãos à terra, de contribuir para a riqueza natural. E uma das grandes riquezas desta temporada primaveril são sem dúvida os morangos. Adoro. Amo morangos. Quando a Primavera se instala sei que está na altura de preparar novas receitas com estas belezas. No outro dia no mercado da cidade consegui uns morangos pequenos, daqueles caseirinhos e meio selvagens que sabem e cheiram mesmo a morangos. Uma delícia. Como tal, merecem destaque aqui no blogue, não com uma, mas sim duas receitas. Espero que gostem. 



Compota de Morango

Ingredientes
1kg de morangos
800g de açúcar amarelo
sumo de 1 limão

Tiramos o pedúnculo aos morangos e deitamo-los numa tigela de cerâmica, vidro ou aço inoxidável. Polvilhamos com o açúcar e salpicamos com o sumo de limão. Levamos ao frigorífico de um dia para o outro. No dia seguinte colocamos um pires no frigorífico a refrescar. Deitamos o conteúdo da tigela numa panela grande e cozinhamos em lume médito até o açúcar dissolver. Fervemos durante cinco minutos em lume alto. Apagamos o lume e verificamos o ponto: deitamos uma colher generosa da mistura quente no prato fresco que estava no frio e levamos ao frigorífico por cinco minutos; para verificar o ponto, empurramos uma beira da compota com o dedo indicador; se enrugar a compota está pronta. Depois de estar no ponto pretendido, deixamos arrefecer por cinco minutos e escumamos a espuma branca. Passados 10 minutos, guardamos a compota em frascos esterilizados.





Lollipops de Ricotta e Compota de Morango

Ingredientes
150g de queijo Ricotta
50g de compota de morango
1 base de massa folhada
Mini-espetos de madeira

Pré-aquecemos o forno a 160ºC. Numa taça juntamos o queijo Ricotta e a compota de morango, ambos à temperatura ambiente,  e batemos bem até obtermos uma mistura homogénea. Reservamos. Estendemos a massa folhada e cortamos círculos com a ajuda de uma forma, ou com a ajuda de várias formas, tendo em conta o que pretendemos. Depois forramos um tabuleiro com papel vegetal, e dispomos metade dos círculos. Colocamos o recheio nestes círculos e um dos mini-espetos. Fechamos os lollipops com as outras rodelas da massa folhada. Levamos ao forno durante 20 minutos ou até que os chupa-chupas fiquem dourados. Retiramos do forno e deixamos arrefecer no forno.


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